sábado, 21 de fevereiro de 2009

Ateísmo : A "arte" de duvidar a existência de DEUS




Especialistas analisam ideias bizarras dos chamados “novos ateus” e afirmam que o movimento é fruto da perda de espaço das ideias ateístas na população De tempos em tempos, surge um novo conceito, uma nova proposta para tentar colocar em dúvida a soberania e o poder da Criação de Deus. Não contentes apenas em criticar e discriminar os valores judaico-cristãos, um grupo de cientistas resolveu criar um novo movimento que trata a religião como algo errado e perverso. Nomes considerados principais representantes do ateísmo no mundo declararam simplesmente guerra contra a fé. É a primeira vez na História, exceptuando os casos dos países comunistas, que ateus pregam o fim de todo o tipo de religião. Até então, o discurso sempre era de tolerância à fé, apesar da descrença. Hoje, porém, o ateísmo proposto é intolerante, Tais ideias apontam para o espírito do Anticristo que já está em actuação no mundo, “o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se Deus ou se adora” (I Ts. 2:4).


Recentemente as revistas Época (edição 443, de 13/11/2006) e Galileu (edições 185 e 186, de Dezembro de 2006 e Janeiro de 2007) publicaram matéria sobre os novos ateus. Considerados hoje como os maiores inimigos da religião, o filósofo norte-americano Daniel Dennett e o zoólogo britânico Richard Dawkins lideram o movimento e pregam o fim da influência de Deus na vida das pessoas. O novo ateísmo, como está sendo chamado, critica não apenas a crença em Deus, mas também o respeito pela crença em Deus. De acordo com a matéria, Dennett afirma que as religiões são como parasitas que comandam as pessoas. Já Dawkins, em tom irónico, defende que a existência ou não de Deus deve ser submetida à investigação científica. Em 2006, dezenas de livros contra a religião foram lançados em todo o mundo. Três deles causaram mais impacto. O primeiro, The God Delusion (A Ilusão de Deus), de Richard Dawkins, foi publicado em Setembro e é baseado num documentário que o cientista fez para a TV inglesa. No mesmo tom, o neuro cientista norte-americano Sam Harris publicou Letter to a Christian Nation (Carta a uma Nação Cristã ), uma espécie de desafio à fé cristã, criticando a religião. Daniel Debbett lançou o livro Breaking the Spell (Quebrando o encanto: a religião como fenómeno natural), onde procura explicações naturais para o surgimento da fé e questiona o papel das religiões.Usando palavras fortes, eles dizem que o objectivo das suas obras é fazer os agnósticos, gente que alimenta dúvidas sobre Deus, assumir o ateísmo. Um dos argumentos utilizados por eles é o de que a religiosidade faz mais mal do que bem à humanidade.Todos os autores citados que tentam difundir i novo ateísmo conhecem-se e citam-se uns aos outros nas suas declarações e exposições. No entanto, muitos especialistas preferem não considerar que já haja um movimento organizado. Seriam apenas manifestações espontâneas e separadas de alguns cientistas que tentam minimizar a força religiosa.


Movimento fadado ao fracasso

A polémica dos cientistas em contestar a criação divina e o movimento ateísta são tão antigos quanto a humanidade. O Pastor Esequias Soares, líder da AD em Jundiaí (SP) e membro da Comissão de Apologia da CGADB, cita alguns pensadores da Antiguidade que declaravam e divulgavam o ateísmo. Segundo ele, o filósofo grego Crítias, nascido por volta do ano 455aC, dizia que as religiões são invenções dos políticos. Para o filósofo alemão Ludwig Feuerbach, que viveu no século XIX, Deus seria um ser forjado pelo homem. Durante o período da Guerra Fria, os comunistas elaboraram programas ateístas sofisticados, usando até mesmo lavagem cerebral, e não obtiveram êxito. “Todos esses pensamentos, nunca conseguiram alterar a espiritualidade do povo. E este novo modismo, dificilmente, conseguirá fazê-lo”, assegura. O Pastor conta que depois da derrocada do Muro de Berlim, Alex II, Patriarca de Moscovo, deu a resposta aos ateus: “Esses 70 anos provaram que a religião não é o ópio do povo, mas a alma do povo”.Na visão dos religiosos, a maior agressão dos cientistas à fé aconteceu no ano de 1859, quando Charles Darwin publicou A Origem das Espécies, onde, segundo ele, as espécies não foram criadas por Deus, mas fruto de uma evolução pelo mecanismo da selecção natural. Porém, cientistas criacionistas têm criticado tais argumentações contundentemente e com argumentos lógicos. Além disso, tanto nos EUA como no Brasil, a maioria da população crê que o mundo foi criado por Deus e quer que o criascionismo seja ensinado nas escolas.Para o doutor Russel Shedd, PhD (Doutor em Filosofia) em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, esse movimento é algo bem natural nos dias actuais, onde as pessoas querem ser reconhecidas e ter influência. “Se uma pessoa não crê, vai querer que mais pessoas não creiam. Como os cristão propagam a Palavra de Deus para que mais pessoas se convertam, os ateus vão fazer a mesma coisa”, coloca Russel Shedd, reiterando que os argumentos em favor do ateísmo são muito fracos. “Eles não têm nenhuma explicação para a existência da vida, não têm explicação para a existência do sol e para os quatriliões de estrelas”, assevera.Mestre e doutor em Teologia, professor da Faculdade Evangélica de Tecnologia, Ciências e Biotecnologia da CGADB (Faecad), Pastor Ronald Resende lembra que a decadência do ateísmo teve uma aceleração geométrica nos últimos anos. Por conta disso, foi preciso criar uma expressão típica do fracasso novo – o novo ateísmo. Segundo ele, quando os líderes do movimento citam que “o alvo são as ovelhas desgarradas, como os agnósticos”, há uma declaração ambígua. “Quem é agnóstico nunca chegou a ser uma ovelha do ateísmo. Logo, nunca foi agarrado a qualquer conceito sobre Deus. Até porque o agnóstico não tem fundamento de crença ou descrença, por isso é agnóstico”, assegura. O professor lembra que, ao assumir o agnosticismo, o homem nega qualquer acesso ao conhecimento ou desconhecimento de Deus, impossibilitando aos ateístas qualquer probabilidade de sucesso junto aos mesmos.De acordo com a matéria publicada pela revista Época, alguns religiosos, inclusive cientistas, argumentam que os desafiantes ateus é que devem arcar com o ónus de demonstrar que Deus não existe. O Pastor Esequias Soares vai mais além e lembra que não há necessidade de negar o que não existe. “As declarações comuns dos que se dizem ateus, pelo contrário, estão provando a existência de Deus. Por isso é que a Bíblia não se preocupa em provar a sua existência, pois Ele é real. O Evangelho de Jesus Cristo não é argumento nem especulação, 'é poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê', como está escrito em Romanos 1: 16, destaca o pastor.
Influência no Brasil

Mesmo sendo considerado um movimento passageiro, especialistas acreditam que o novo ateísmo encontrará adeptos em todo o mundo. Pesquisa feita pelo Instituto Gallup em 2005 revela que cerca de 2,5% da população mundial se declara ateia. Uma outra pesquisa, encomendada pelo Conselho Pontifício da Cultura do Vaticano revela que a indiferença religiosa é um fenómeno que acontece principalmente nas grandes cidades e envolve homens e mulheres com nível cultural e social médio e alto. No último censo realizado pelo IBGE, no ano 2000, 7,3% da população brasileira declarou-se sem religião.Para o professor titular do Departamento de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), António Flávio Pierucci, isso ocorre porque as pessoas intelectualmente mais informadas têm um senso crítico mais agudo e passam a questionar mais. “Quando os novos ateus fazem este tipo de campanha: 'Seja ateu, assuma o seu ateísmo', é possível que cresça o número de ateus declarados”, comenta. Porém, segundo o professor, no Brasil, as pessoas declaram-se agnósticas ou sem religião para não parecerem agressivas.Russel Shedd lembra que o ateísmo é mais difundido, principalmente na camada intelectual das universidades onde, em geral, as pessoas não crêem. “São evolucionistas, esquerdistas. Influenciados pelo pensamento de Freud e de Karl Marx, que eram ateus. Provavelmente, vão adoptar as explicações deles”, afirma. O especialista lembre que a influência ateísta no Brasil vem de França, com nomes do mundo da educação como Voltaire e os chamados livres pensadores. “O que não tem sido divulgado são os pensamentos dos cristãos cientistas, homens de Deus, que mudaram a História, como Blaise Pascal e Phillip Johnson. Este tem se posicionado contra o evolucionismo pregado pelos ateus e está pronto para rebater qualquer cientista evolucionista sobre qualquer assunto”, destaca Russel Shedd, alertando que as igrejas devem preparar aqueles que vão entrar na vida universitária para que não se deixem levar por argumentos contrários à criação de Deus.Doutor em Teologia pela Universidade Pontifícia Salesiana em Roma e coordenador de graduação e professor do Departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC), Abimar Oliveira de Moraes diz que o extracto religioso no Brasil é muito forte e que Deus e a religião exercem diversos e importantes papéis na vida de muitos brasileiros. “Não creio que esse movimento terá muitos adeptos”, diz o professor, destacando que o novo ateísmo não pode ser considerado um movimento por não ter uma estrutura organizada ou realidade semelhante. “Creio que seja legitimo, em sociedades livres, a existência de quem se proclama ateu e tem vontade de expressar as suas convicções. Mas, respeitando o mesmo princípio de liberdade, quem possui uma fé deve poder expressar e manifestar a sua religiosidade igualmente”.O Pastor Esequias Soares complementa dizendo que há no mundo pessoas para todos os gostos, e que, pois mais exótica ou excêntrica que seja a crença os novos ateus, sempre encontrarão alguns adeptos. Segundo o teólogo, a crescente onda de conversões à fé cristã fortalece a posição dos grupos fundamentalistas que têm tentado influenciar as acções do mundo científico. “Também não podemos deixar de ver que isso é um reflexo da grande batalha espiritual que se está travando, pois o avanço da Igreja incomoda o inimigo das nossas almas, que tenta de todas as formas afastar o homem de Deus”.

Contribuição da fé para a sociedade

Ao longo da história da humanidade, vemos exemplos de países firmados em valores cristãos, que prosperaram, como a Inglaterra, Alemanha e EUA. Mas, de acordo com o professor Ronald Rezende, quando essas sociedades perderam o rumo bíblico, tiveram danos irreparáveis e continuam trazendo nos dias actuais grandes perdas. “Países que geraram avivalistas, missionários, evangelistas e grandes pregadores da Palavra estão hoje moral e espiritualmente naufragando”, alerta.O Pastor Esequias Soares reafirma que uma sociedade que não crê em Deus perderá todo esse sistema de manutenção e reforço colectivo da moral por meio da actividade da Igreja, o que certamente trará sérias consequências. “Quando Deus é tirado do centro, certamente o homem ocupará esse lugar, com todas as consequências que são listadas no capítulo 2 de Romanos”.Para o professor Pierucci, a religião existe porque as pessoas precisam de ter fé. “Você não pode acabar com a liberdade religiosa ou com a liberdade de expressão religiosa. O problema é que a liberdade religiosa leva ao pluralidade religiosa muito escancarada e ao massacre das religiões, umas em relação às outras. “, analisa. Pierucci afirma ainda que, na sociedade moderna, a liberdade religiosa implica numa concorrência religiosa, onde cada um pode dizer do outro o que muito bem entender. Segundo ele, existem pressões religiosas diferentes e também muita informação dos “malefícios” que as religiões podem trazer. “Um argumento muito forte utilizado pelos novos ateus é que as guerras, principalmente na virada do século XX para o XXI, são guerras religiosas, por motivos religiosos. As religiões, além de serem diferentes umas das outras, radicalizam essas diferenças e isso, em alguns casos, acaba em conflitos, como é o caso do islamismo”, assevera. O professor Abimar coloca que toda a forma de radicalismo, seja ela da fé (fideísmo), da ciência (cientificismo), ou da razâo (racionalismo) é nociva para a sociedade. Para o especialista, essa postura do novo ateísmo nasce de uma compreensão errada do que é a religião ou crer em Deus. “De facto, a intolerância religiosa, o fanatismo, as guerras santas, o desrespeito ao outro em nome de Deus é ‘não-religião’ e deve ser combatido também, talvez e principalmente por quem tem fé”, corrobora.“Há um denominador comum em todas as culturas e em todos os níveis sociais: o anseio e a busca de Deus”, afirma o Pastor Esequias Soares, citando Salmos 42: 1-2. Segundo ele, se não há quem pregue o verdadeiro Deus, o homem inventa para si a sua própria religião e fabrica para si as suas próprias divindades para adorá-las. “A Igreja deve conhecer as necessidades espirituais do ser humano para pregar o Evangelho de Jesus Cristo a essas pessoas”, conclui.

Brasileiros querem criacionismo em todas as escolas

Quem pensa que a discussão sobre o criacionismo não tem repercussão no Brasil está redondamente enganado. Basta lembrar que uma pesquisa nacional realizada pelo Ibope de 9 a 15 de Dezembro de 2004 e divulgada em 15 de Janeiro de 2005, revelou que 89% dos brasileiros querem que o criacionismo seja ensinado nas escolas. E mais: cerca de um terço dos brasileiros (31%) acredita que Deus criou o mundo e o homem nos últimos dez mil anos e já na forma actual. Mais de metade (54%) crê num criacionismo evolucionista, que ensina que o homem se desenvolveu ao longo de milhões de anos, porém Deus criou o mundo e os seres vivos, e planejou e dirigiu o processo evolutivo. Só 9% dos brasileiros crêem na totalidade da doutrina evolucionista e por isso não acreditam em nenhum acto divino no processo.Outro detalhe: 75% dos brasileiros querem que o evolucionismo deixe de ser ensinado na sala de aula, sendo substituído pelo criacionismo. Só 14% querem que o criacionismo seja ensinado juntamente com o evolucionismo. Há 11% que querem só o evolucionismo na escola. Já imaginou se fosse feito um plebiscito sobre o assunto no Brasil?Para a pesquisa, foram entrevistadas mais de 2 mil pessoas de todo país. Segundo o Ibope, a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, considerando um grau de confiança de 95% .

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