segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Perguntas Intrigantes I


Por que Daniel não foi jogado na fornalha de fogo ardente com seus amigos, afinal, não estavam juntos (Dn 3.1-30)?


O reino de Babilônia era dividido em províncias. Daniel foi nomeado governador sobre todas as províncias e permaneceu na capital do império. Atendendo a um pedido seu, o rei concordou que seus companheiros assumissem cargos políticos importantes no reino e, por isso, separaram-se: “E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na porta do rei” (Dn 2.49). A imagem do rei Nabucodonosor foi levantada no campo de Dura, distante cerca de dez quilômetros da Babilônia. Tudo indica que Daniel não estava presente ou foi dispensado de ter de demonstrar sua lealdade ao rei devido à sua elevada posição.


Como José, filho de Jacó, conseguiu guardar alimentos durante sete anos e onde? Teria utilizado um método milagroso para conservá-los (Gn 41.1-37)?


Naquela época, os cereais, plantas cujos grãos serviam de base à alimentação, especialmente o trigo, eram a principal fonte do sustento humano. O método de conservação era mediante os recursos naturais: os silos (fossos cavados na terra para depósito e manutenção dos cereais e das forragens verdes) e os celeiros (que permitiam a preservação dos alimentos por um longo período de tempo). A Bíblia narra que José abriu todos os celeiros: “Havendo, pois, fome sobre toda a terra, abriu José tudo em que havia mantimento, e vendeu aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito” (Gn 41.56). Todavia, não diz nada que houve milagre neste processo de armazenamento, embora o próprio Faraó tivesse reconhecido que em José havia o “espírito de Deus” e que não existia ninguém tão sábio e ajuizado quanto ele: “E disse Faraó a seus servos: Acharíamos um homem como este em quem haja o espírito de Deus? Depois disse Faraó a José: Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu” (Gn 41.38,39).


Davi matou Golias com a funda ou usou a espada do próprio gigante para lhe tirar a vida?


“Assim Davi prevaleceu contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e feriu o filisteu, e o matou; sem que Davi tivesse uma espada na mão. Por isso correu Davi, e pôs-se em pé sobre o filisteu, e tomou a sua espada, e tirou-a da bainha, e o matou, e lhe cortou com ela a cabeça; vendo então os filisteus que o seu herói era morto, fugiram” (1Sm 17.50,51).Golias já estava morto quando Davi tomou-lhe a espada e lhe cortou a cabeça. Há uma diferença nos verbos empregados no original hebraico. O verbo “matou” do versículo 51 tem o sentido de liquidar.


Por que Jesus amaldiçoou uma figueira sem frutos, visto que estava fora da época de produzi-los?“


E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto” (Mc 11.13,14).A figueira sem frutos representava o Israel infrutífero. O profeta Jeremias (cap. 24), utiliza os figos para representar o juízo sobre Jerusalém. A maldição foi lançada sobre a figueira, não só pela falta de frutos, mas, principalmente, por causa de sua aparência enganosa. Podemos fazer um paralelo prático para compreender por que Jesus amaldiçoou a figueira que se achava infrutífera em decorrência da época. Em João 7.6, Jesus afirma que o tempo dos discípulos “sempre está pronto”; ou seja, após a conversão, todos estamos aptos a produzir frutos para o reino de Deus em qualquer tempo. Mas, muitas vezes, nos preocupamos tão-somente em demonstrar (de forma aparente) que somos cristãos. E isso apenas, para Deus, não basta! Aqui, temos, ainda, uma correlação com o texto de João 15.1-5, que diz: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.

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